sábado, 20 de dezembro de 2008

Memórias Nóstumas - A cura

Numa dessas procuras instintivas motivados pela alegria conquistada na bebida, lá estava ela a espera de algum sujeito bem pago que lhe proporcionasse algum capital, mal sabia que boas palavras fariam trocar o bem pago pelo bom papo, levando a fornecer seu endereço e a entrada facultada de suas entranhas. Num ato bem sucedido poupara um tanque para o possante e alguns milhões de ejaculantes. Lá estava ela com sua calcinha de debutante coberta por uma barriga pós gestante, as cáries lhes comiam os dentes, mas os peitos lhe faziam a frente, mãos correm o ventre numa procura eloqüente, um mamilo toca os dentes, o sangue salta os vasos ao tocá-lo nos lábios, a procura desesperada, onde estará seu irmão amado? Teria sido o amamentado? Um marido mal amado? Num ato viril manteve-se armado ao beijar o decapitado! Um sabor amargo fez lembrar uma lambida na ferida do passado! Terá ele a livrado de uma infecção? Lhe tirado um câncer então? Só sei que ela vive com dois peitões e uma lâmpada queimada.

Josprey

Memórias Nóstumas - Lavou ta novo

Em dias de loucuras coletivas, lá estamos nós, mais uma vez aquela “piazada” atrás de uma noitada que nos faça ter um contato com alguma espécie feminina! Em uma noite considerada perdida por muitos, feliz para poucos, todos embarcávamos atrás de um tratamento mais especial, esquecendo do detalhe da ausência geral de dinheiro apenas conseguimos alimentar o pensamento e o ralo do banheiro! Numa dessas noites, um bravo amigo, bom de conversa, conquista o carinho e o afeto de todas as meninas de uma casa de escambo, o carinho é tanto que não bastasse se tornar segurança do local vira o rapaz mais ciumento presente em ambientes análogos. A partir deste momento já não podíamos mais molestar a namorada de nosso amigo, sujeitos a termos a inimizade de nosso companheiro de caça. Tornara-se um bom e especial namorado, daqueles que leva e trás sua amada do trabalho, como poderíamos em sã consciência explicar atos do coração? Tínhamos de respeitar tal sentimento, a partir disto comecei a me sentir menos louco e acreditar mais nos sentimentos. O namoro não perdurou por muito tempo, pois cobiçara as amigas de sua amada, um pecado mortal para qualquer coração!

Josprey

Memórias Nóstumas - A queda

Meu amigo, já o mais velho de nós moradores do “broklin”, acabara de ganhar a maior e mais bela bicicleta. Nas dependências do condomínio onde brincávamos por longos anos, fazíamos campeonatos de saltos de bicicleta nos grandes desníveis que separam os blocos ali presentes. Em uma demonstração de sua superioridade e suas habilidades, meu amigo postado em sua bicicleta em disparada, daquelas em que as pernas já não causam nenhuma contribuição além de retardar o movimento pelas batidas do pedal nos tornozelos, salta para conquistar o “record” por nós disputados diariamente, um salto bem sucedido no primeiro desnível e nos subseqüentes, uma bela apresentação encerrada no ultimo desnível, ao tocar o pneu dianteiro no solo, o garfo de sua bicicleta não suportou o impacto causado pelo choque de vários quilogramas em queda livre, fazendo com que seu corpo fosse brutalmente freado pelo impacto de seu peito no guidão, tirando-lhe completamente o ar dos pulmões, em alguns passos de desespero a única coisa que conseguira dizer foi, “cadê minha roda?”, seguida de um longo desmaio. Não sobrou um único amigo, adversário, competidor que não caiu numa feroz gargalhada frente a monumental queda! Os mais perceptivos notaram que se fazia necessário prestar socorro com urgência, e agora como explicar para mãe dele o acontecido, se a mesma possui uma enfermidade no sistema auditivo que a deixara surda a anos, em desespero ela saiu correndo ao entender apenas que seu filho havia morrido, chegando ao local o mesmo já havia recuperado os sentidos após ser literalmente esbofeteado por uma moradora que dizia ser a única forma de reanimá-lo, de uma forma rude não muito compreensível meu amigo é levado num andar forçado puxado pelas orelhas para ser assistido.

Josprey